quinta-feira, dezembro 31, 2009

É repeteco... mas é vero...


Resoluções de Ano Novo!!!

- Emagrecer (pretensa verdade);
- Reatar alguns laços de parentesco (mentira deslavada);
- Consultar especialidades médicas com a regularidade necessária (hum... acho que não);
- Ser mais sociável (que Deus me ajude!);
- Organizar melhor a casa (ato de desespero);
- Fazer exercícios físicos (estou aqui, não conta?!);
- Compreender a utilidade da telefonia móvel (já tenho professores);
- Sair mais de casa (menos em dia de sol e chuva, e em casamento de viúva);
- Cumprir as “promessas feitas” aos colegas ausentes (se eu lembrar, é claro!);
- Desafogar a minha agenda de obrigatoriedades (só apelando para Deus em segunda instância!);
- Ser quase tão vaidosa quanto se espera (por onde eu começo?);
- Parar de me preocupar à toa (terceira instância?!);
- Comprar pelo menos duas peças de roupa colorida (para deixar no guarda-roupa);
- Ser mais tolerante (talvez eu compre o tarja preta que me receitaram outrora);
- Parar de colecionar livros e filmes (melhor não, vai que eu começo a colecionar itens mais inúteis);
- Gostar de quem me assume como sou (será que Deus tira férias?!);
- Escutar certos conselhos (pode ser que me sirvam em algum momento);
- Ler alguns dos livros indicados por M e C (vai que eu “veja a luz”!!!);
- Dormir com todos os itens eletrônicos (sem uso) desligados (possível verdade);
- Me desfazer do que é inútil (don’t stop believing);
- Não ter vergonha de fazer coisas patéticas quando estiver sozinha (e se alguma entidade estiver presente?!);
- Aceitar os elogios sem relutância (alguns eu até mereço!);
- Receber notas menores e críticas construtivas sem amaldiçoar meus professores e colegas (vou tentar...);
- Moderar a minha timidez (será que tem simpatia para isso?);
- Esquecer as mandingas de virada de ano (e “pagar pra ver”);
- Disciplinar minha conta bancária (a culpa é dela, não minha!!!);
-______________________________ (espaço em branco para o que surgir);
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terça-feira, dezembro 29, 2009

Primeiros erros...

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão

Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende

Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas, só chove e chove
Chove e chove

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros

O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas, só chove e chove
Chove e chove

Capital Inicial
Composição: Kiko Zambianchi
na chuva Pictures, Images and Photos

segunda-feira, dezembro 28, 2009

"Há pessoas que lêem demais: são bibliobêbados. Conheço alguns que estão sempre embriagados por livros, como outros se encharcam de uísque ou religião. Eles passam pelas diversões e estímulos do mundo em meio a uma névoa, sem ver nem ouvir nada." (H. L. Mencken)

Sagas vampirescas...



Comprei esse livro única e exclusivamente por conta da capa... e não só conheci uma caracterização completamente diferente do universo vampiresco (que eu não sigo de agora)... quanto fiquei frustrada porque:

A) É uma saga de sucesso, mas estamos no Brasil... sabe como é por aqui lançam o primeiro e esperam...

B) As histórias serão editadas em quadrinhos (pela Marvel)... mas uma espera morosa pela frente...

Eu ainda não posso afirmar que goste da "Anita", mas é fato que preciso ver o que vem pela frente para emitir uma opinião precisa... e quando envolve arte sequencial... ainda que eu não goste tanto do enredo... gosto muito de ler!!!

Comecei a ler "Crônicas Vampirescas" (Anne Rice) depois de ler o volume da Laurell e não que eu queira desprestigiar a idealizadora de Lestat e outros... mas ficou meio nhém nhém nhém... espero que essa impressão passe... porque eu prefiro "acréscimos" a "decréscimos"...

Leituras...

Sempre achei interessante a proposta de participar de um Clube de Leitura (com leitores efetivos e que não tenham receio de expor as próprias conclusões), do tipo informal e não demasiadamente crítico, assim como demonstrado no filme "O Clube da Leitura de Jane Austen". No filme, eles partem, obviamente de uma autora, mas acharia mais viável partir de um campo de interesse... sei lá, poderia ser do micro pro macro... já que eu me disperso mais que papelote me vendaval...
Quando leio algo que gosto, tenho que achar um parceiro para trocar idéias... comentar... opinar... deduzir... inferir... puxar pelos cabelos em momentos de conflitos interpretativos e por aí vai...
E quando eu não gosto, mas é esperado que eu goste, quero alguém para me guiar de volta ao que quer que seja...
Não ligo (de fato) para as críticas aleatórias... mas sempre acabo lendo o comentário apreciativo ou depreciativo do Zezinho, antes de comprar volumes dos quais não tenho referência!!!
Pode parecer muito pretencioso... mas tenho amigos, que compartilham de fragmentos do que EU considero literário... e partindo desse princípio... vejo-os com olhos bem mais positivos... do que os totalmente divergentes!!!
Como eu indico algumas leituras... algumas pessoas... amigas e leitoras também... mas de outras vertentes... consideram que o natural seja manter a reciprocidade... é uma medida um tanto injusta essa... da reciprocidade literária!

domingo, dezembro 27, 2009

Are you the one? - The presets

Se a música tema de Glee figurou entre uma das dez que mais ouvi no segundo semestre, certamente a que mais ouvi durante o ano, e que não pretendo parar tão cedo, é Are you the one?, eu sou sempre atemporal, mas é quase modernidade entre o que costumo ouvir com mais "afinco", já que o primeiro álbum do The Presets foi lançado em 2005 (ou pelo menos foi onde minhas pesquisas me levaram)... tudo deles, vale a pena, mais até aqui, meu álbum preferido é Beams!
Aqui a grata união da música com um outro quesito que me dá prazer (a dança!)!

Sequência do filme "Vestida para casar"... que demonstra como a música "rompe limites"...

Momento Glee em solo europeu...

Prazeres simples...

Tem coisa que nos diverte e entretém de forma simples e efetiva... uma dessas coisas, para mim, é a música... ela é capaz de alternar sensações num piscar de olhos... de validar certas vivências... de tornar uma imagem (ou uma sequência delas) significativa(s)... de tantos outros aspectos favoráveis...
A música me impele a persistir e aplaca certos males... é terapêutica!

Neste ano, conheci o seriado Glee, que inicialmente me atraiu pela música tema "Don't Stop Believing - Journey" e se alguém se ater à aparência inicial da coisa, pode pensar que é mera cópia de HSM... só que mesmo aliando o quesito meigo de um grupo distinto de jovens cantando num coral (e as escolhas musicais em si)... há uma série de diálogos que mostram que ao lidar com seus conflitos pessoais são tão podres quanto é possível (sem mencionar que compõe a minoria não contemplada em "seriados colegiais") ... basta ver quem assina a produção da coisa toda!

Fica difícil de mensurar se essa ponte entre extremos é capaz de atrair públicos distintos... ainda é a primeira temporada (não sei nada em relação a sequências), mas tem atraído um público cativo, talvez de pessoas como eu, que têm um gosto tão divergente e aleatório que musicalmente topam "quase tudo"!

sábado, dezembro 26, 2009

...

Eu podia... eu iria...

Eu podia... eu iria...

São contra-argumentos do
Sheldon Cooper (ainda quero um igualzinho a ele!) para a argumentação: “Você não poderia ter parado por aí?”

Algumas vezes fazemos conjecturas mentais sobre o que fazer, “se” fazer, os resultantes do ato, e por aí afora... E as conjecturas se revelam inúteis... já que você podia... você iria... você acaba (de qualquer forma) assumindo inconsequentemente os riscos...você vai e faz... você “aceita as conseqüências”...

E normalmente o arrependimento do que foi feito é maior do que o não feito (ou pelo menos é assim que as coisas parecem sob a ótica recente)... Será que vem daí o termo “bem feito” com um toque pejorativo?!

Algumas comunidades do Orkut têm um nome criativo e adequado para as variáveis interações humanas, não sou filiada, mas poderia ser:

FAÇA DA JACA SUA PANTUFA!!!

Um outro hábito do Sheldon é iniciar os argumentos potencialmente ofensivos (e partindo previamente em sua defesa) com: “Com todo respeito”... (Seja em ofensas físicas, alheias, inter ou pessoais...)

Tirando o aspecto verbal da coisa, ele é um cara bem "reto" nas atitudes...

Creio que eu seja mais "reta" do que muita gente que conheço e de quem ouço falar... mas valha-me o argumento!!!

Vou beber isso e aquilo: Com todo respeito!
Vou tocar aqui e ali: Com todo respeito!
Vou extrapolar certos limites: Com todo respeito!
Vou inserir isso na minha dieta: Com todo respeito!
Vou partir para o ilegal: Com todo respeito!
Vou flertar com o imoral: Com todo respeito!
Vou atropelar sua intenção: Com todo respeito!
Vou declarar minhas intenções: Com todo respeito!
Vou contrariá-lo intensamente: Com todo respeito!
Vou terminar arrependida: Com todo respeito!
Vou desfrutar da maior dor de cabeça da minha vida: Com todo respeito!

Para brindar (com todo respeito)? Uma garrafa pequena de água e duas neosaldinas!!!

sexta-feira, dezembro 25, 2009

"Doações"...

Imunes...

Alguns se gabam por terem nascido perfeitos... por serem merecedores dos adjetivos mais grandiloquentes já que seus feitos são grandiosos... seu físico invejável... sua presença requisitada...
Eu tenho que admitir, que salvo alguns poucos defeitos (não coloco no diminutivo como de praxe, porque não são muitos, mas têm um alcance devastador!) sinto-me grata por ser um pouco mais do pouco menos que eu vejo circulando no meu entorno!
Assumi muito mais do que já é do meu feitio e fiquei extasiada ao chegar ao final com excelentes resultados e "quase tudo intacto"... e até ontem (quando caiu a ficha de que tenho mais a perder do que a colher), estava dando tratos a minha "vaidade mental" e insistindo que "dava conta de mais um"!!!
Só que, neste último ano, eu notei que não estou tão longe das doenças somáticas que assolam os meus conhecidos... vi amigos considerados saudáveis, "caindo porque a vida exigiu demais deles e os relacionamentos foram tortuosos"... perdi o foco em noites que meu sistema nervoso clamava por uma pausa... conheci pessoas que estão em sinal avançado de desistência (da vida... de tudo)... esperei que o clima fosse mais clemente, e embora tenha levado pouco do que "erroneamente pensava que era meu", levou muito de muita gente...
(...)
Daí eu despertei do devaneio (e não pense que é porque estamos nessa época, são considerações permanentes e contínuas) e percebi que Ser e Ter são considerações surreais...

Outro contexto e outro "veículo"... acho a temática relevante e amo essa música!!!

Momento EPTV...

A EPTV é uma emissora afiliada à Rede Globo e todo final de ano lança uma "vinheta de Ano Novo" simples e impecável (é só escarafunchar por aí que se encontra várias).
As campanhas já pairaram sobre os Desejos do Victor Hugo e já foram narradas pelo Lima Duarte...
Esta é a mais recente, baseada num poema de Renata Arantes - Deficiências.
É que discorde quem não apresenta deficiências frente aos próprios problemas!

quinta-feira, dezembro 24, 2009


Nota de rodapé:
Aqui não cabe na íntegra, clique aqui caso queria ver no "formato grandioso com efeitinhos mimosos"!
Bom proveito!!!

Despedidas...

Ontem, foi um rio de lágrimas na hora da "despedida"... e firme no meu "momento secura", não derramei nenhuma... (talvez porque tenha derramado todas as imagináveis reassistindo "Paixão de Cristo" no último domingo)... o fato é, que ainda que não seja demonstrado, nos sentimos muito mais seguros cercados "dos mesmos"... e dentre esses mesmos, ocasionalmente surge alguns de quem realmente sentiremos falta!
Claro que dá para encontrar as pessoas significativas em outras estâncias, mas fica um vazio difícil de quantificar ao imaginar que já não vai ser tão constante quanto era... ainda que ocorram alguns momentos "exasperantes"...
Não curto demagogias e afins, tento não ser demasiadamente alienada das coisas - fatos - pessoas - mas evito com uma ênfase que beira o religioso assistir telejornais, pois são deprimentes em qualquer época, mas nessa é um pouco mais!
As crianças apresentaram um teatro (moldado pelas "já saudosas" Van, Lí e Josi) que remetia ao "verdadeiro significado do Natal"... e a minha irmãzinha pouco interesseira liga para prever o horário do presente em forma de numerário... É o que sempre digo: "Está tudo errado!"
Eu desejo o bem para todas as pessoas, sem distinção... como também desejo que me deixem "Bem à vontade" (rs)... no programa Saia Justa (GNT) a Márcia Tiburi disse uma grande verdade, se a data fosse tão democrática quanto deveria... algumas pessoas seriam deixadas em paz!!!
Eu ainda acho que o meu "poeminha de natal" do ano passado, é o que há de mais verdadeiro em matéria de mensagem natalina... mas dentre os muitos risíveis que pairam por aí... esse tem o visual e a mensagem (preciso mesmo de muita fé, esperança e força para encarar a vida como ela é...) mais de acordo comigo!

domingo, dezembro 20, 2009

Neil e Sara em momento Disco...

Lacey com Neil... o terceiro...

Meus preferidos: Danny e Lacey... ficaram em segundo e quarto respectivamente...

Os quatro finalistas... da terceira temporada...

Você... sua melhor companhia!

Então, mesmo que as pessoas encham "o meu saco" para sair de casa, eu tenho que reafirmar o que uma certa garotinha presa numa dessas situações inusitadas disse:
"Não há lugar melhor que o nosso lar..." (E de quebra acompanhados por nós mesmos, o que invariavelmente basta!)
Já que mencionei seriados televisivos e ocasionalmente passa algo que valha a pena ser visto, ainda que alguns programas sejam transmitidos em solo tupiniquim anos após estréia em outros pontos do continente, entretém da mesma maneira.
E embora eu tenha dois pés esquerdos (número 38), adoro programas que envolvam música, dança e afins... e recentemente passou por aqui (via People&Arts e não FOX, conforme exibição original) a terceira temporada do
So You Think You Can Dance.

Analogias com seriados televisivos...



A vida, complexa que é... nos reporta a uma série de situações... e eu, tendo nascido sob a regência de astros que favorecem as situações mais inusitadas possíveis... pega numa dessas situações, junto com F. começamos a traçar analogias entre um desses momentos inusitados e alguns seriados...

Prision Break = Num "inferno" sem merecimento

OZ = O meio "deforma" os indivíduos

Lost = Compartilhando de bizarrices contínuas

Carnivale = Desfile ambulante de aberrações

Arquivo X = A "verdade" está lá fora...

Dá para continuar citando... citando... citando... mas essas já ilustram a intenção!

sábado, dezembro 19, 2009

"Mulheres reais!"


Acabei de ver um Calendário que prestigia as "Mulheres Reais", e esse tipo de abordagem certamente faz com que muitas sintam-se "vingadas"... eu pessoalmente, já tendo passado por diversas realidades em matéria de peso/corpo ideal, não acho que a abordagem escolhida seja a melhor, algo mais "sóbrio" seria mais efetivo, já que "curvas e carnes" acabam sempre reportadas a um apelo exagerado e mesmo satírico!

E acho muito mais real descobrir partes na penumbra do que escancarar às claras com "visual montado"!

Enfim, diferente do que afirmam, gosto é sim discutível, e eu usaria uma abordagem como as imagens postadas aqui (e sem referência já que foram "caçadas aleatoriamente em site de busca)...
De qualquer forma qual seria a graça se todos tivessem os mesmos padrões preferenciais?!

Sempre encarei isso de despir e ver despidos com total naturalidade, se fosse para escolher um título relativo a nudez, eu discordaria da proposição do Nelson Rodrigues ao afirmar que "Toda nudez será castigada" e da premissa numa campanha publicitária de tecidos (sei... não é do seu tempo....rs) e citada pela Companhia Brasileira de Moda, de que "Toda nudez será bem vestida"...
É fato que... "Toda nudez será descoberta..."


domingo, dezembro 13, 2009

Expurgando um último demônio... e outra vez através de
"E o convívio com esse homem será leve e cheio de risos como eu preciso, e será triste também, como ele precisa. E será sempre confortável como estar só - mas estando juntos."
Citei Heloísa Penteado no meu memorial, ela descreve em "Pedagogia da Comunicação" a dificuldade que alguns (era educadores, mas serve para todos) têm em sair da "zona de segurança" para a "zona de turbulência"... É inegável que me mantive numa zona de segurança e que tentar algo novo e inusitado quando se está numa posição confortável, não é nada fácil... Mas vou seguir a dica de Walt Disney, que é lema numa das minhas animações favoritas:
SIGA EM FRENTE!

...

Acredito que a análise cronológica de algumas vivências, expurga alguns demônios... e alguns já podem sair, porque é tempo para novas vivências e moradas... É sempre válido encarar do topo da montanha o que nos entristecia lá na superfície árida... como é imprescindível revisitar as sensações que nos partiram em pedaços, porque elas nos lembram que nada é tão intransponível e definitivo quanto nos parecia no momento em que se revelou...
Na semana passada, por motivos diferentes, vi três pessoas se debulharem em lágrimas, num daqueles rompantes em que não se consegue parar, mesmo que não se lembre mais do que desencadeou as lágrimas... Eu já passei por isso... e sei que emergimos dessa inundação com os ânimos renovados, porque ao verter essas lágrimas copiosas, não nos livramos de uma coisa só, e sim de tudo que vem se acumulando!
"Não sou certinha, não sou calma, não penso uma coisa só... não me faço de coitadinha e não choro à toa ou por falta de coragem. As lágrimas para mim foram um aprendizado, e se hoje elas me vêm é sempre em momentos em que tudo está de tal forma genuíno que não há como não se comover." (Maitê Proença)
E é por tudo isso... que eu quero brindar pelos meus "dias de secura" (lagrimais...rs)!

...

Interessante que eu tenha começado a leitura de "Uma vida inventada" após tentar escrachar a minha vida e o percurso que delineou as minhas escolhas até aqui.
Acredito que essa transição entre o analógico e o digital (claro, tive ajude de amigos mais experientes) só não foi tão complicada como é para tantos educadores, porque na minha infância minha curiosidade foi alimentada e meu perfil e interesses respeitados... eu sempre quis "tudo ao mesmo tempo agora" e sempre me detive a observar e considerar o que tinha no meu entorno.
Difícil foi aprender a manter um limite elegante de palavras num e-mail, já que eu podia escrever longas cartas aos amigos distantes e meu primeiro (e por um bom tempo, permanente) namorado era tão fã das linhas redigidas quanto eu... Numa recente madrugada insone, assisti Cartas de Amor (ok, o filme é de 99) e fiquei com inveja do tempo e dos motivos pelos quais o casal protagonista pode redigir tudo manualmente!
Pensar na minha primeira máquina de escrever, no meu primeiro rádio gravador, na minha primeira máquina fotográfica, fez com que surgisse um turbilhão de emoções que estavam hibernando... desde aquela época eu já me apropriava das letras alheias para definir as minhas sensações... utilizava certas melodias... mas imprimia as minhas letras pessoais em músicas que não traduziam exatamente o que eu queria expressar...
Lembro que quando o Alexandre morreu... modifiquei essa canção para fazer com que tudo fizesse sentido novamente... e ainda hoje lembro dessa e de tantas outras que modifiquei!
Agora é a vez da Maitê:
"E quando eu derramar aqui toda intimidade, com a lista exposta a minha frente nessa associação livre, talvez a vida se revele dando algum sentido à caminhada, e quem sabe então eu esteja pronta para escrever num formato que disfarce melhor o fato de ainda então continuar falando de mim. Quando tiver me livrado de mim, talvez eu consiga escrever sobre os não-mim que há em mim e por toda parte. Não que considere isso que faço agora menor do que aquilo que farei quando puder fazê-lo, Não será tão complicado narrar na terceira pessoa, inventar lugares e dar nomes fictícios aos personagens da história que inventarei. Não será impossível fazer as coisas se eu respeitar agora esta ordem estranha que se impõe na tela do computador."

Minha vida e uma vida inventada...


Ultimamente não passa um único dia em que eu não tenha que interpretar, resumir, ressignificar, conceituar algo escrito por pesquisadores e com "alto" teor científico.
Na semana passada, tive que redigir um memorial das minhas "incursões comunicacionais e tecnológicas" e ficou praticamente impossível desvincular a minha escrita de terminologias arraigadas, como: oportunizaram, procedimental, atitudinal, colaborativo, intencionalidade, funcionalidade e uma série de outras que ficaram constantes nos discursos elaborados.
Pretendia redigir um mínimo de 20 páginas e parei na décima segunda, não que não houvesse muito a ser dito, só que já não dava mais... o fato é que eu estou cansada, muuuuuito cansada e como se não bastasse fica difícil ser minimamente inteligente com algo martelando frequentemente nas minhas têmporas...
É só um momento discordante, porque é fato que eu sou (e sempre fui) uma garota das letras, a Maitê no livro "Uma vida inventada" descreve primorosamente alguns dos meus momentos (será que poderia citá-la "cientificamente falando"?!)...
"Não sou uma pessoa infeliz. Em momento algum as tristezas me imobilizaram, e não foi por coragem que isso se deu, mas por temperamento. Há nos meus interiores um entusiasmo indelével que me move. Se estou às portas do abismo, de dentro sobe um fogo que queima os nós da garganta, devolve-me a respiração e a voz, e por fim brota em mim uma vigorosa curiosidade por todas as coisas.
Assim tem sido.
Não acho a vida difícil, apenas repetitiva, e às vezes me cansa nadar contra correntes sempre tão semelhantes, ou atravessar as marolas que ondulam a todo momento..."
Logo mais estarei recuperada... e nem o meu anunciado cansaço fez com que eu desistisse de buscar estudos e/ou algo que sacie essa vigorosa curiosidade... Minhas "psicólogas de sofá e mesa" proclamam com total repreensão que essa gana por estudos é apenas uma forma de justificar minhas ausências (reconheço que foram muitas)...
O que elas ainda não entenderam é que isso me define e me torna mais plena do que qualquer convenção social... o que (ainda) falta é equilibrar meu tempo e culpa, com meus desejos (e/ou com os desejos alheios)!!!

sábado, dezembro 12, 2009

Complementando...

Conversas alteradas - Parte 3 - O boquete!

A restrição com o uso de palavras não é mais efetiva do que a com o uso de imagens... ao invés de "frear" as escolhas deles, gerou uma ampla curiosidade sobre "o regionalismo dos palavrões" (e olha que a rede é mundial!)
Quando os professores vão checar as postagens dos alunos, têm acesso a uma lista de restrições no vocabulário, e das 500 palavras listadas, entre a ordenação 46 e 60, constam essas (vou pedir licença aos puritanos e politicamente corretos... aliás, o que fazem aqui, saiam já do meu Blog!!!):
_____________________________________________________________
boquete
Boqueteira
Bosta
brioco
brouxou
brown eye
browneye
browntown
broxar
buceta
bucetinha
bull shit
bullshit
bum
bung hole
_____________________________________________________________
Outra mesa redonda e um caso verídico sobre a palavra em destaque:
Uma prof. pensou que "boquete" fosse um termo que jamais seria mencionado por alunos na faixa etária inferior aos 12 anos...
Uma segunda disse que o termo surgiu numa agressão verbal do tipo: "Sua mãe já fez boquete no meu pai!" - mas que ao questionar a criança, ela realmente não sabia do que se tratava, e foi orientada a não usar o termo...
Uma terceira disse que também ao questionar um aluno sobre o termo, ele respondeu: "Sei sim dona, tem uma fulana no meu bairro que paga boquete pra todo mundo..." (Cof Cof... Gasp!)
Quando uma quarta prof. pergunta: "O que é boquete?"
Eu olhei para ela, fechei a mão direita em punho, e direcionei com um movimento rítmico para a boca...
E ela, com cara de pasma respondeu: "Eu pensei que fosse o negócinho da lâmpada..."
E eu - já rindo - disse: "Aquilo é soquete!"
Concluindo... não sei mais se todas as piadas que já ouvi sobre professores... não eram mesmo relatos reais!!!

Conversas alteradas - Parte 2 - O anticristo!

Quem já viu a trilogia A Profecia e outros similares com criancinhas de potencial maligno, sabe que o anticristo nunca é o garotinho com um comportamento obviamente maligno, a maldade vem disfarçada sob uma máscara angelical... ainda bem que os que conheço não disfarçam nada... escancaram mesmo!!!
Trabalhamos com uma plataforma educativa virtual, onde felizmente tudo o que os alunos postam fica sob aprovação das professoras... e eu sempre os (re)oriento em relação ao que é permitido, só que mesmo assim, eles não veêm "nada demais" na maioria dos textos e imagens "não-educativos" que acabam compartilhando em suas páginas pessoais (aliás, considerando os gostos e tendências, terão os blogs/similares mais podres que já se viu)!
Num dos encontros "mesa redonda", compartilhamos as maiores desventuras nesses aspecto... e a curiosidade dos nossos alunos em saber porque alguns prefixos, sufixos e afins são proibidos no ambiente... exemplificando, se você escrever "lápis"... o "pis" não é aceito! (Retomo o quesito escrito na post seguinte!)
Em termos de situação, não ganhei na categoria escrita, mas ganhei na categoria imagem:
Um dos meus alunos achou "culturamente aceitável", fazer indicações de filmes (com imagem montada em "rolo de filme"), num dos únicos sites do gênero cujo acesso não é restrito (não esquenta, depois dessa vai ser)... eu nem sei que caminho ele usou, mas ele recomendou esse filme, exatamente com a imagem acima!
Depois de deletar a imagem (o que gera automaticamente um questionário sobre "permissões"), conversei separadamente com o aluno sobre a escolha dele, e ele, com todo respeito me respondeu:
"- Que qui tem profê, é antes de Cristo..."
Seguindo a lógica... antes de Cristo... pode(ia)!!!

Conversas alteradas - Parte 1 - O membro!


Continuo achando que a Maitena descreve com louvor as máximas e acontecimentos unisitados da vida... caso falte repertório, é só ela dar uma estagiada na área educativa!!!
A ilustração acima... no melhor padrão Mulheres Alteradas, reflete bem o nosso comportamento em final de ano letivo... e para relaxar é imprescindível o trinómio copo/mesa/prato, composto da forma que for preferencial para cada uma...
Quanto maior o tempo gasto sob a influência desses três itens... maior a probabilidade de sair alguma "pérola verborreica"...
Num sábado, estávamos discutindo "partes preferidas da anatomia masculina", quando uma das presentes mencionou que "nada se compara a um belo par de seios", e partimos para o quesito "esculturas artísticas", já que concluímos que as mulheres são muito mais retratadas que os homens, sejá lá qual for a forma artística de representação... num pulo, comentávamos que a maioria das esculturas masculinas vinham desprovidas de genitália... logo começou um verdadeiro debate sobre a representação ou não de um órgão no homem vitruviano de Da Vinci... (aqui em versão H. Simpson) que gerou um papo cabeça sobre só encararmos pessoalmente os membros masculinos quando eles estão num momento "impávido colosso"... a maioria de nós nunca viu a coisa dormente (num cara a cara)... a mais alterada de nós, elevou a voz dizendo ser impossível nunca termos visto, já que dormimos e tomamos banho com os distintos... e eu rebati que:
a) Quando tomamos banho (juntos) já ocorre a premissa vai rolar = (logo) "impávido colosso"...
b) Na hora de dormir, dormimos... e se rolam apalpadas é de lá para cá... e não o contrário!!!
Daí partimos para a real beleza da coisa (não, não é campanha da Dove) e eu mencionei no meu tom de voz normal e moderado, que é como um giz de cera gigante (meu material de trabalho, quer que eu diga o quê?!) lisinho e rosinha... a C.O. ficou pasma de eu comentar isso com o garçom por perto (e eu retruquei que se ele ouviu não fez a mesma analogia!) e a E.P. falou que no noivo dela (apesar de caucasiano) a cor predominante não era rosa... e o debate inútil continuou...
Concluímos que retratar artisticamente o falo dormente seria pouco atrativo visualmente e que retratá-lo ereto poderia ser ofensivo em vários aspectos... e partimos para outra!!!