sexta-feira, outubro 22, 2010

Tudo o que eu sei (e gosto!) de "Matemática":

Poesia Matemática

(Millôr Fernandes)

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.

Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.

"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.

E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.

Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.

E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.

E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.

Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

(Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.)

Até hoje...

Eu nunca tinha ouvido falar de Eudoxo de Cnido (nem se considerar os dois termos separadamente, porque "de" eu sei pra serve!
Mediatriz, para mim, era (provavelmente) um termo próximo a uma certa profissão feminina antiquíssima...
Congruência, então, era o contrário de incongruência (desprovido de sentido), substantivo a ser atribuído às falas com algum sentido!
Dia desses eu mencionei a minha arrogância... como TUDO o que eu faço costuma dar certo... cada vez eu faço com mais relaxo... do tipo: não tá pronto... esquenta não... VAI ESTAR!!!
E só pode ser arrogância ter achado que:
A - Só porque estava dentro, estava garantida!
B - Um ser de letras, pode se meter com números!
C - Somente motivação anularia anos de uma matemática mal aplicada e sem sentido!
Só tenho uma coisa a dizer...

quarta-feira, outubro 20, 2010

Momento primaveril... de uma desesperada (mas motivada) sem sábados!!!


Trecho de "Estão Voltando as Flores"

(Composição: Paulo Soledade)


Prédio Central - ESALQ - Piracicaba/SP (Créditos à Michelle nossa fotógrafa oficial)

Vê, estão voltando as flores!
Vê, nessa manhã tão linda!
Vê, como é bonita a vida!
Vê, há esperança ainda!

Vê, as nuvens vão passando!
Vê, um novo céu se abrindo!
Vê, o sol iluminando,
Por onde nós vamos indo!

Alteração de trecho por desvio autoral maligno

Vê, as decisões tomadas!
Vê, metida em roubadas!
Vê, folgas desperdiçadas!

Vê, o tempo tá passando!
Vê, mais um caminho abrindo!
Vê, o que cê tá inventando,

quarta-feira, outubro 13, 2010

Outro da Clarice...

Pensar é um ato.
Sentir é um fato!

... escolhas...

Tem um tempo que eu vi esse filme, menos que o tempo que protelei antes de ver...
É interessante porque retrata a experiência (durante uma viagem) de duas amigas com visões diferentes sobre tudo... relacionando com a forma como as escolhas (nossas ou delas) aleatórias ou planejadas nos impelem por uma ou outra rota com um ou outro desfecho...
Curioso que não pude deixar de traçar um paralelo entre o meu comportamento e o de ambas, já que uma é prática e realista - se tem que ser assim, que seja - e a outra é uma eterna insatisfeita - não sei bem o que eu quero, mas sei bem o que eu não quero...
E eu vou levando meio assim, "abraçando o que tem que ser", e esperando a satisfação fugaz que surge (e some) quando alcanço algo!

Dica e...

domingo, outubro 10, 2010

Às vezes dependemos das pessoas como se fossem um espelho,
para definirem e nos dizerem quem somos nós.
E cada reflexo me faz gostar um pouco mais de mim.
(Um beijo roubado)

domingo, outubro 03, 2010

Perhaps... (ouvindo!)

Perhaps, Perhaps, Perhaps

(Cake)
You won't admit you love me
And so
How am I ever
To know
You only tell me
Perhaps, perhaps, perhaps
A million times I ask you
And then
I ask you over
Again
You only answer
Perhaps, perhaps, perhaps
If you can't make your mind up
We'll never get started
And I don't wanna' wind up
Being parted, broken hearted
So if you really love me
Say yes
But if you don't, dear,
Confess
And please don't tell me
Perhaps, perhaps, perhaps
If you can't make your mind up
We'll never get started
And I don't wanna' wind up
Being parted, broken hearted
So if you really love me
Say yes
But if you don't, dear,
Confess
And please don't tell me
Perhaps, perhaps, perhaps
Perhaps, perhaps, perhaps
Perhaps, perhaps, perhaps

Tá chegando!!!

sábado, outubro 02, 2010

Um motivo extra para os olhos desfigurados... e a causa das fotos...

Porque além de estar viva, inteira e com saúde... eu passei e passei... bora lá comemorar!!!

Salvo os exageros dela (autora) e os nossos percalços!

"Eu gosto de viver.
Já me senti ferozmente,
desesperadamente,
agudamente feliz..
Algumas vezes me sinto muito,
desesperadamente,
loucamente miserável,
atormentada pela aflição,
dilacerada pelo sofrimento,
mas mesmo diante disso tudo
eu compreendo,
com absoluta certeza
que estar viva é uma coisa grandiosa,
que estar viva é sensacional."
[Agatha Christie]

Para baixar... clique na imagem!

Aos litros...

Conversando com colegas de trabalho sobre a temática "filmes e choros" (e quem fala é a boca aberta mór, que por alguma razão empática ilógica, chora mais com dramas fictícios alheios que com reais pessoais), houve menção a uma novela japonesa intitulada 1 litro de lágrimas e ao fato de ter feito todos (de sexos e idades diferentes) os que emprestaram os 3 DVDs com 11 episódios assistir insistentemente e chorar copiosamente (o que cada um afirmou ser ainda mais que 1 litro)...
Bem... tanto choro assim, pelo motivo que for, sempre dá uma lavada na alma... e, com choro ou sem, a minha curiosidade já tinha sido instigada.
O primeiro DVD tem 4 episódios, e assim que eu fiz o empréstimo (há duas semanas) assisti os três primeiros e apesar do drama evidente de uma jovem de 15 anos diagnosticada com uma doença incurável, não derramei nenhuma lágrima (pelo motivo menor de prestar mais atenção ao exagero na atuação do ator que está no papel de pai da menina - que nos fatos em si - e porque tenho dificuldade em prestar atenção devido à sonoridade da pronúncia deles)... enfim... parte do pessoal que indicou, afirmou que eu ainda "não tinha visto nada"... e após perder o sono na madrugada de ontem... fui do quarto ao décimo primeiro... e não consegui parar... nem de assistir (prevendo o desfecho que eu pretendia e falhou!) e nem de chorar...
Eu precisava tirar foto hoje pela manhã (já explico a causa) e nem parecia ser eu mesma, não lembro de já ter ficado tão desfigurada antes por excesso de choro (mas, assim que acabou, eu era a mesma... a "protagonista" e tantos outros, não!)... e as situações vistas me fizeram pensar em como nos apegamos a detalhes insignificantes e em como devemos ser gratos aos nossos amigos de fato!
Aya (a própria) afirma que somente ao lado de Asou (amigo) conseguia esquecer da doença e ele, ainda que tendo as mesmas imperfeições que tantos de nós, sempre esteve presente e fazendo o possível!