quinta-feira, setembro 30, 2010

(...)
Nós temos que arranjar outros meios
de seguir em frente sozinhos
e manter a cabeça erguida!
Eu sempre vivi assim,
mantendo uma distância confortável...
(algo assim vide vídeo postado)

segunda-feira, setembro 27, 2010

Salve-nos de todas as pessoas que pensam de forma literal...

Citando Lily, uma das presenças etereamente femininas do livro Quando as bruxas viajam... o culpado pela história (que mescla e alimenta várias histórias) é Terry Pratchett, e o culpado pelo livro ter ficado na minha cabeceira é um amigo (agora) distante...
O livro é aparentemente despretencioso... mas gosto de histórias que parecem ser totalmente fantasiosas, mas apresentam argumentações que permitem relações com o que ronda a sua vida e não apenas com o que está enredado nas páginas impressas...
Eu sou sempre a "má"... seja pelo apelido, visual, preferências, fama ou talvez porque seja mais fácil para uns culpar os outros... o livro fala que toda história tem uma (fada madrinha) boa e uma má... ainda que a distinção seja tênue e nem as próprias possam se auto afirmar como tal ou qual...
A questão é... que até onde eu sei... eu sou basicamente a boa... ser clara, direta, sincera e objetiva... são atitudes do bem... ainda que contrariem os instintos e desejos de alguns dos meus "afilhados"...
O livro é recheado de expressões certeiras e talvez num dia em que eu estiver menos acuada e/ou predisposta a enrolar... eu o retome por aqui... antes que ele viaje para os braços do dono.

Página 234: Digamos assim (argumento de Tia Ogg tentando ser razoável apesar de todas as evidências)... O que poderíamos encontrar aí embaixo que fosse pior do que podemos imaginar?

Página 253: Ele não tinha sido um governante bondoso. Mas tinha se adaptado. E quando foi arbitrário, arrogante ou simplesmente errado, nunca insinuou que isso se justificava por qualquer outra coisa que não o fato de que ele era maior e mais forte, e vez ou outra mais desonesto que as outras pessoas. Nunca sugeriu que era porque ele fosse melhor. E nunca disse às pessoas que elas deveriam ser felizes, nem impôs um tipo de felicidade a elas. As pessoas invisíveis sabiam que a felicidade não é o estado natural da humanidade e que nunca é alcançada de fora para dentro.

Página 256: Simplesmente fugir, isso era o mais importante. Do que era mais importante que para onde.

Página 258: Houve um movimento sutil de incerteza...

Página 261: Você teria feito o mesmo... / Não. Eu teria pensado o mesmo, mas não teria feito.

Página 263: Isso porque você é basicamente boa (vez da Magrete argumentar)... Os bons são inocentes e promovem a justiça. Os maus são culpados, motivo pelo qual inventam o perdão.

Acuada...

Sempre que penso nessa palavra lembro de piadinhas bestas... mas isso não tem nenhuma relação com o que eu vim fazer aqui... meu prazo de trabalho vence hoje... e como em todas as ocasiões acadêmicas em que me vejo na obrigação de revisar algo conforme ordem alheia... rola um mega bloqueio... estou ouvindo o mesmo CD em sequência (e adorando!), ainda que atribuindo ao barulho incessante o fato de não conseguir pensar... e na verdade... não tem nada (nada mesmo!) a ver com isso...

Enfrentamentos... nos acuam a todo momento...

quarta-feira, setembro 22, 2010

Palavras de conforto...

Sabe o tipo de situação em que uma presença (de fato!) silenciosa é bem mais simples e deveria trazer mais conforto do que qualquer argumento que você tente articular? Todos lidamos com situações assim e ainda incorremos no erro de achar que existem palavras que possam aplacar os tormentos alheios...
Já mencionei aqui o lido não sei mais onde: "...e o ar ficou pesado de palavras não ditas...", tem hora que parece mais fácil fugir que enfrentar certos diálogos e outras em que nem uma possível fuga possa permitir que o deveria ficar guardado seja esquecido...
Tem gente do meu convívio diário que diz que eu deveria ter um sensor, pois atuo de costas para a porta e por mais centrada que eu seja, lanço cobras e lagartos de forma quase instintiva... sempre que tem certas pessoas passando pelo batente... é o tipo de situação que nos torna metafóricos... falamos tudo o que queremos... mas de forma cifrada... eu não atingiria a maestria do Chico, mas acho que daria conta de me safar em épocas de censura!
Mas não atinjo nenhuma escala positiva ao tentar expressar o quanto sinto por alguns fatos e vivências (mais alheias do que minhas)... e vivo de calças curtas em situações em que o esperado socialmente é que eu diga "rezarei por você"... eu posso usar o que há de melhor em mim para tentar emanar o que for de mais positivo em prol de alguém que eu goste, mas se eu disser que rezarei, vou estar mentindo!
Trabalho com um ser querido e um desses com quem raramente estabalecemos relação cognitiva... eu vejo - ela vê... eu penso - ela idem... às vezes nos olhamos só para constatar se o insight foi o mesmo... e outras vezes rimos de piadas silenciosas... se fosse algo corriqueiro todo mundo iria saber o que queremos dizer sem emitir sons... e certamente todas as relações afetivo-comunicacionais e tudo o que é esperado de nós e não cumprimos, seria mais fácil!
Ninguém pecaria... nem por excesso e nem por falta!

Para quem entende o que é isso...

segunda-feira, setembro 20, 2010

Amo o filme... a música... e a atitude dela... e é pura questão de atitude... sempre!

Eu não me importo de ser velha...

O título faz parte de palavras mencionadas no filme "Anjos da Vida"... Já tinham recomendado esse filme que eu fui protelando pela composição Costner + Kutcher + Salvamentos = pura embromação... mas expeli um pouco de água, num filme que é todo aquático (Costner já se meteu em filmes piores com a temática aquática)... e como só consigo ativar as minhas glândulas lacrimais dessa forma, não foi um desperdício total... e ainda pesquei uma citação de uma tia (a tia não é nada clichê, por isso a citação, para mim, não foi) de lá para jogar por aqui:

 Eu não me importo de ser velha...

Se meus músculos doem, é porque os usei...
Se é difícil para mim subir as escadas agora, é porque as subi todas as noites para dormir com quem me amava...
Tenho umas rugas aqui e ali, mas já estive sob milhares de céus ensolarados...
Minha aparência é esta, bem, porque bebi e fumei, vivi e amei... dancei, cantei, suei e transei o quanto pude nesta vida maravilhosa... se quer saber...
Não é ruim envelhecer...
Envelhecer é um prêmio.

 Bonitinho, né? Mas não quero ser hipócrita... eu só fumei uns quatro dias na minha fase de experiência... não gosto de fumo, de gênero nenhum... simplesmente odeio céus ensolarados... aliás... odeio calor mais do que gente chata e olha que eu odeio verdadeiramente gente chata... tenho vergonha de dançar na frente dos outros, minhas terminações nervosas acionam travas...  acrescentaria alguns verbos e sei que o acréscimo e variação ainda farão com que minha aparência piore muito... até porque tenho menos senso de vaidade do que o padrão aceitável (tenho tentado disfarçar essa falha)... quando eu morava em sobrado, subia as escadas para contemplar o céu e era contemplada por um vizinho autenticamente punk de SP... não entendia o afeto dele na época... e quando passei a entender, um outro vício já tinha consumido quem ele costumava ser... mas fui amada por outros e ainda tenho tempo de me permitir ser por pelo menos mais um (preciso querer isso primeiro)... não tenho muitas rugas, mas meus fios brancos insistem em aparecer e tenho alguns atributos odiados e não mencionados pela maioria das mulheres... quando meus músculos doem é por conta do meu "Mal de Parkinson" não diagnosticado (guarde o nome do exame, é eletromiografia)... eu não seria tão sintética na narrativa prol vantagens do envelhecimento... mas acho que o roteirista tinha que dar espaço para os jovens que nos sucedem (o filme retrata isso - não importa o quão bom você seja - ninguém é insubstituível)...
De qualquer forma... eu não acho ruim envelhecer... não sei se prêmio é o melhor termo... mas é o que me permite alcançar a  porta de saída... minha meta sempre foi não passar (naturalmente) dos 60... mas se a data de corte for mesmo 48... que seja!

O genérico...

Quando uma pessoa se dirige ao cosmos... ela pensa que as palavras dela terão sentido para um possível alvo pensado... eu penso que... se não tem nome... não é para ninguém...
De palavras genéricas... vou pular para pessoas genéricas... eu sou uma pessoa genérica... eu pareço com todo mundo... dá para entender... nada contra... se eu parecesse a Joana do quarteirão de baixo... mas as pessoas tendem a mencionar em voz alta a relação entre a minha aparência e pessoas famosas que sentiriam um frescor estomacal "aziático" se me vissem... enfim...
Umas três pessoas incluíram nomes novos na lista de beldades que se ofenderiam com a minha presença... há alguns dias fui num novo salão cortar o cabelo... por obra do destino, não posso mais contar com a de sempre para manusear as minhas madeixas... 2/3 dos meus cabelos ficaram por lá... e elas escovaram os meus fios rebeldes após aplicar um tratamento com argila... sério... saí de lá me amando... mesmo sabendo que era um amor momentâneo (não ia passar de um dia - dito e feito!)... daí resolvi que aquele cabelo merecia ser visto, tocado, cheirado, o que fosse... e eis que o escolhido  mencionou que eu, meus olhos e meus cabelos... eramos todos Kate Walsh... eu adoro o estilo dela... tenho inveja por ela ser ruiva de verdade... e se eu perder uns 2/3 no comprimento e largura... posso até chegar perto... vai fotinho para você entender o disparate...

Palavras trocadas...

Um amigo distante acabou de me perguntar sobre relacionamentos (as pessoas sempre me perguntam sobre isso...rs) e vou registrar a resposta aqui... porque faz todo sentido...

A coisa, pra mim, não tem a mesma dimensão que pros outros... não somo os dias...

Sonhos...

Mencionei os ditos aleatoriamente no meu recente (nem tanto... caramba o tempo voa!) post ínfimo... e comentei sobre sensações perdidas a olhos fechados  e ressignificadas a olhos abertos...
Eu não sonho com o efêmero... sonho apenas com o que tem chance de perdurar por algum tempo... ainda que o tempo presencial seja curto... certas coisas e pessoas sonhadas acabam usufruindo de mais tempo do que é do meu feitio dispor... meus sonhos voltam... e voltam... e voltam... ampliando os próprios contornos...
Eu não sonho com você mesmo que já tenhamos presenciado momentos e mesmo que eu já tenha tentado resgatá-lo nas minhas memórias perdidas... é com ele que eu sonho... ele, que assim que cruzarmos olhares eu saberei quem é... ele que por um toque há de resgatar o que já sinto... ele que já surgiu sem rosto, mas que posso reconhecer apenas pela voz... ele cada vez mais próximo e presente... ele que num sonho entre pares se fez incendiar para que eu lembrasse que era único (o único)... ele que jamais se referiria a mim subjetivamente... porque mesmo sem me conhecer, já me entende o bastante para entender que a mesma objetividade com que me lanço é a que espero que me direcionem... ele que me acolhe em sonhos quando tudo o que me vem subconscientemente são trevas... e peço licença a ele, para narrar um desses vislumbres escuros...
Água... na crendice materna remete a morte... depende se é parada ou corrente... se você estiver submerso ou não... se só observa ou se molha...
Sempre que a paisagem sai do aspecto normal... ela sente um mal estar súbito... já estivera naquele lugar antes... detida diante de um portão enferrujado... espreitando o que se movia nas sombras... a cada sonho um passo adentro... dessa vez estava na casa... tudo era de madeira... e não havia nenhum objeto... só superfícies... de repente ela entende que estava enterrada... não tinha como sair nem para onde ir... mas não via água... sem água há vida... e a água começa a jorrar... tudo bem... desde que não a atinja... começa a jorrar de todas as direções... quando atinge um certo nível, ela tenta ver o próprio reflexo... quer perceber que idade tinha... nenhum reflexo... mas olha para o pulso... para um relógio que jamais usara... e cujos dígitos imprimem 17+31... a cada pergunta a mesma numeração fixa... então ela entende... tem que estar com ele antes de e/ou até os 48...
Falta pouco... muito pouco...