sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Música... porque é sempre relaxante...


Lights in the Sky - Nine Inch Nails

Outro instante de sabedoria do Quintana...

O pior

O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.

Siga a agenda e o raciocínio...

Segunda: Você entra às 8 e sai às 18... tem curso entre 19 e 22 hs...
Terça: Você entra às 7... praticamente não almoça... sai às 18...
Quarta: Idem a segunda...
Quinta: Você entra às 7... continua sem almoçar... e ainda tem um outro curso entre 19 e 22 hs...
Sexta: Idem a segunda... mas desta vez sem curso...

No tempo restante, dos dias úteis, você tem que manter sua casa habitável, se alimentar, cuidar da higiene, ficar apresentável, manter seu guarda-roupa funcional, preparar aulas, postar nos blogs obrigatórios e no pessoal se houver necessidade, preparar mais aulas, planejar as aulas da semana seguinte (ciclo infer... digo, interminável), se informar, acalmar seus amigos quanto a sua "não-abdução", manter relações e suas implicações, ler, assistir tv e algum outro hábito... e seja mais o que que eu não me lembre agora...

Aos sábados... você tem pós, em outra cidade, das 8 às 17... mais outras eventualidades e manter um certo nível de socialização...

Aos domingos... você tem o direito de renegar o que for possível e correr atrás do que foi sutilmente ignorado (nunca delegue, é sofrimento dobrado!)...

Então... se alguém que não "desfruta" de uma rotina espartana... te liga... te convida para o que for... e você não está afim... é justo, não é?! (Parece que não!!!!)
Tudo ao mesmo tempo agora...

Em reunião recente, abordamos a polêmica (para a maioria) questão da crítica construtiva... na opinião do marido de alguém... NENHUMA crítica é construtiva... e o melhor caminho é você "sugerir alterações"...

Num filme cujo nome não recordo (um dia, quem sabe?!) um dos protagonistas menciona "a estratégia Jedi"... onde você diz o que espera que a pessoa faça, e sem notar, ela é induzida a fazer... como se a idéia tivesse partido dela e não fosse uma proposição sua...

De improbabilidades à liberdade de cátedra, fomos divagando para a liberdade como um todo... e do quanto ela é ilusória, na medida em que vem cerceada de uma série de senões...

E a nossa livre conduta ao dizer o que queremos, no momento que decidimos e da forma que escolhemos, conflitua com a de nossos interlocutores... e pode inverter a sentença que o desastre será proporcional...

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Meus dois momentos preferidos do filme inicialmente desprezado pela Flá...



Acabou a folga...


Cumpri o meu papel social carnavalesco... e espero que todos os simpatizantes tenham aproveitado sem seqüelas dolorosas... agora, de volta ao cotidiano com menos profusão cromática...

Ontem, após uma série de planejamentos furados, e quase impedida pelo dilúvio, finalmente a Flá conheceu o templo da perdição... e trocando DVDs assistíveis... uma outra “saga indiana” veio parar nas minhas mãos... Ela fez uma observação sobre uma certa discrepância nas nossas preferências, mas isso até que é bom... de que outra maneira eu me encontraria na situação de ver certas produções com olhares favoráveis!?

Hoje, em plena terça de carnaval, me sinto “na ressaca de mais um domingo”... acordei chocha como o tempo... que graças ao dilúvio não está “caldeira transbordante”... mas promete “mormaço desanimador”... fui estender roupa (único quesito doméstico obrigatório do dia) quando escutei folhetos publicitários (sou viciada neles!) farfalhando no portão... subi a rampa de acesso no traje do dia – meu confortável pijama “garota apaixonada”... e agora estou defronte ao micro, narrando essas paspalhices, para fugir do meu momento de aparvalhamento cerebral diante de quesitos mais sérios...

Em conversa recente, com a citada mocinha, surgiram questões narrativas, dos bons, dos que pensam que são bons e dos assumidamente ruins... bem como do meu vício por reticências e do meu uso improvável de palavras... aspecto já mencionado anteriormente por outras fontes... pensando nisso, eu tenho que admitir que embora as palavras menos usuais surjam espontaneamente, seja pelo meu amplo histórico de leituras ou seja por lembranças de vidas passadas, ocasionalmente eu fico em dúvida se elas existem ou se foram “inventadas”, e corro para me certificar... se tivesse um concurso de consulta mais rápida ao dicionário, eu acho que ganharia na boa... De qualquer forma, posso sempre plagiar o Millôr Fernandes o maior criador/reformulador de palavras do qual tenho conhecimento...

Embora amanhã eu não tenha um dia oficial de trabalho, terei “reunião colaborativa de grupo da pós” e curso à noite... logo, me sinto “obrigada desde já”!

Seria muito esperar que a semana de trabalho sofresse alteração, ao invés de 5 por 2 (no caso da maioria), seria perfeito se fosse 3 ½ por 3 ½ ... eu poderia me acostumar muito favoravelmente a essa inesperada alteração...
Momento Quintana...

Os degraus

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos – onde
Os deuses, por trás de suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...


(Baú de Espantos)

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Música... que marca a constante transitoriedade... de fatos e pessoas...


Maybe Tomorrow - Stereophonics

Só uma palavra me devora...

Chegadas e partidas...

Hoje, anunciado na página inicial das minhas opções de internet, constava a notícia de que uma estação de trem na Inglaterra estava proibindo beijos, que haviam sido criadas áreas específicas para as despedidas...
No novo desenrolar dos relacionamentos, há muitos interesses e dinamismos e pouco romantismo... não sou a mais romântica das criaturas, meu eterno senso prático faz com que muitas tentativas e aceitações pareçam um tanto ridículas... mas meus momentos de “Chegadas e partidas” (ou vice-versa - que aliás, é um filme que recomendo!) tiveram seus momentos de romantismo fortuito...
De beijos inesperados, vá lá, no metrô, já que o grande percurso de trem nunca rolou – voltinha na Maria Fumaça, não conta... A despedidas (semi) chorosas com celebração discreta do desacreditado “frio na barriga”... Passando pelas pequenas surpresas cotidianas... que já foram mais constantes... até porque minha disponibilidade também o era!
Atualmente, sobra pouco tempo para tais casualidades... tenho amigas que se ajeitaram porque “era hora”... outras que aceitaram o que foi surgindo por interesses adversos, dentre os quais a maternidade impera (não sei qual é a medida para esperma, mas me parece exacerbada!)... e umas poucas sortudas que puderam usufruir do tal frio na barriga (há quem chame de “borboletas no estômago”!), e depois disso, não se contentam com nada menos (me refiro a envolvimento real, não a namoricos e escapadelas – afinal o organismo “clama”, e já que ninguém reclama!!!)...
Em “Amor e Inocência”, com conteúdo biográfico sobre Jane Austen (a romancista dos ingleses que proíbem despedidas!), é comentado que ela não pode se casar sem amor... e nem com amor... porque um parece inaceitável e o outro socialmente inadmissível... mesmo sem vivenciar uma vida conjugal plena, possibilitou que suas personagens tivessem o desfecho que lhe fora negado.
De qualquer forma, ela, como tantos de nós, teve seus momentos... e ainda que possam parecer breves como despedidas... ficam eternizados na constituição dessa pessoinha prática e impessoal que a vida acaba nos tornando...

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Música... para comemorar o "anti-carnavalismo" que nos espreita... pelo mundo afora!



Karma Police - Radiohead

Combina com o tema...

Feriado - o único aspecto bom do Carnaval...

Recebi um convite para acampar no Carnaval, e a pessoa responsável pelo convite, auto-intitulou a situação como “programa de índio”... não declinei pela possibilidade ou nomenclatura, declinei porque receberei visitas e tive que fazer planos aleatórios... na verdade, qualquer programa que fuja do que essa “festividade” representa, é mais agradável que os festejos em si.
Conforme mencionei para quem queria me considerar “a cicerone carnavalesca”, de tudo o que eu não gosto de fazer socialmente, esse é o desgosto maior!
Essa desconsideração frente a maior festividade brasileira, deve ser algo nato, pois ocorre desde sempre, minha cara em bailinhos e afins quando os meus pais ainda tinham voz de comando (especificamente a minha mãe, já que meu pai, naquela época “era dos meus”!) era assustadora... fui crescendo sem ter paciência para desfiles, tanto ao vivo quanto televisivos, as duas únicas vezes que me fantasiei – na fase adulta – não teve nada a ver com fantasias carnavalescas – nem em gênero, nem em época... Não gosto do ritmo, do visual, do exagero, do tempo e dinheiro que se gasta, do comportamento que se justifica pelo injustificável... odeio a apuração, o domínio televisivo e a repetição do desfile das escolas ganhadoras... odeio ver todas as revistas destrincharem isso antes, durante e depois...odeio ter que mencionar o tema e alguns aspectos “como conteúdo de obrigatoriedade escolar”... eu poderia “evoluir” a questão... mas acho que é suficiente... mesmo hipoteticamente a consideração é “dolorosa”!!!

sábado, fevereiro 14, 2009

Já que a "legendagem anterior" (que é muito melhor!) não facilitou a incorporação!


Música... para lembrar que o passado é referência constante... em tudo!


A Day In The Life - The Beatles Chill Out

(Felipe, é uma pena "contrariá-lo", mas não espere nenhum bom senso musical de certas pessoas...)
Outra da Carrie (S.C.)...

"Pode haver futuro, quando o passado ainda é presente" (vou deixar que você pontue como achar melhor!)

Compartilhando outras bizarrices...
Tenho um amigo (ei, meu chapa, desta vez é contigo!) com quem coisas bizarras acontecem em intervalos não tão irregulares quanto ele gostaria... e como a profissão dele permite escarafunchar a net com mais liberdade do que muitos... coisas inusitadas acabam caindo no colo dele (pensam que é só o meu colo que é usurpado!?)
O mais inusitado, para mim, foi descobrir que a "legendagem" é uma arte... para quem tiver tempo e paciência... é só fuçar que vem...
Programinhas miseráveis...

Ontem, em plena sexta-feira 13, tivemos uma excursão (escolar) ao circo... eu não costumo dar trela para as questões supersticiosas que rondam a data... pero...
Eu leciono para os maiores à tarde, e para os menores (de 5) pela manhã... adivinhe o horário do espetáculo?
O circo foi armado sob um terreno desigual, de chão insuficientemente batido... tenho um aluno que será o futuro Billy Elliot, pois já anda nas pontas dos pés e somente nas pontas dos pés, o menino quase arrancou o meu braço para avançar todos os “obstáculos”...
Nesse fatídico dia quatro escolas visitaram o ambiente de atrações circenses, e manda a sorte que três e meia tenham adentrado a lona antes de nós... quando chegamos... só sobravam as três últimas fileiras para nos sentarmos... daí, ninguém maior cede o lugar, mas todos se intrometem dizendo: “Daqui eles não enxergarão nada” (teria sido melhor!)...
Fomos “motivados” a descer para o corredor... onde fomos posteriormente informados que não seria possível ficar, porque o espetáculo era “interativo” e o mesmo seria usado... retroceder já não era possível (“bendito” Van Damme), pois os péssimos lugares de sobra tinham sido tomados...
Daí, um gênio qualquer diz: “Todos aqui defronte ao palco, podem sentar no chão”... queeeeeeeeeeeeeee estava molhado!!!!!!!!!
Então a mula antológica da professora tem que se liberar de crianças agarrando na sua calça, e sair caçando as cadeiras que sobraram entre as fileiras totalmente ocupadas, e andar “pelas beiras” para colocá-las na frente de quem imaginava que estaria sentado na primeira fileira (quanta ilusão!)...
Não sei como não reclamaram, olharam com aqueles olhares complacentes que lançamos às pessoas em determinadas condições... e uma senhora e alguns alunos maiores até foram voluntários na missão cata cadeiras (mico!!!)...
Crianças “acomodadas”... os demais impacientes começam a gritar: “Começa, começa, começa”... Então segue a afirmação que eu pressentia (e temia)... naquele baita escuro... antecipando o que eles visualizariam, ló-gi-co que meus alunos morreriam de medo... até a coisa toda começar... um já estava se esgoelando no meu colo... e outros quatro... em colos bondosos e alheios... os demais... já tinham me encarado não sei quantas vezes com olhares incriminadores do tipo, “por que você nos trouxe aqui”, “quando isso vai acabar”, “você não vê que eu quero ir embora”, “cadê a pipoca?”... e por aí afora...
Quem estava no meu colo? O Billy Elliot, que além do medo de escuro e de palhaço, tem uma suportabilidade a decibéis relativamente altos bem inferior à média das crianças... os únicos barulhos que ele suporta... são os que ele mesmo produz!
Eu tive que responder um milhão de vezes perguntas cíclicas e repetitivas numa vozinha chorosa: “o palhacinho tá dormindo né”, “o que aquele homem está fazendo ali”, “ele não vem aqui né”, “a mamãe não está me esperando”, “aquele bichinho é de verdade”, “por que esse barulho não pára”, “por que a luz está apagada”, mais a verbalização das perguntas dos olhares incriminadores... de novo... de novo... e de novo... E não contente em quase arrancar o meu braço... lá se vai o meu pescoço!!!!
O percurso das cadeiras pelas beiras... mais as tentativas de fazer com que os demais permanecessem sentados enquanto a coisa toda evoluía... acrescentou uma alarmante camada de barro sob os meus pés... e na barra da minha calça... fora pensamentos aterradores, que se eu deslizasse pelo chão... poderia ser aplaudida como parte da encenação cômica...
Já que, nesse dia, eu fui a palhaça (talvez só tenha perdido para a professora, cuja aluna batizou o chão em modalidades distintas)!!!!

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Música... porque algumas coisas são mais permanentes que pessoas...


Neon Lights - Kraftwerk
Tanto vaivém justifica o repeteco...

26/02/2005 21:53

Nombres de mi vida... (Maria Angélica Mendoza)

Alejandro fue mi novio,
Alfonso, mi prometido,
Andrés, el deseado y
Arturo mi marido
Hernando, mi hermano,
Rosa, su señora,
Blanca, su amante y
Juana fue la nuera.

Ángeles fue muy pura,
Dolores, muy enferma,
José de todo el mundo y
Juan mi eterno tema.
Lucía mucho valía,
Zulema, mi dilema,
Teresa, una belleza! y
Zulma fue a la tumba.

A Soledad nadie quería.
Covadonga, que mujer tan rara!
Ramón, hombre valiente y
Blanca, que mujer tan clara!
Federico fue um poeta,
Fabián, alucinado,
Víctor, alucinante,
Enrique me ha agotado.

Jaime, Javier, Julián, jóvenes, justos, salvajes,
Sebas, sólo Sebastián.
Elena tuvo a Pilar, que con
Pedro tuvo a Gaspar.
Diego se quedó con Charo y
Cristóbal fue a la mar.

Carmen, ensueño de Hurtado,
Ana, desesperación de Javier,
Ignacio, locura de Rosario,
Clara, la vida de Manuel.
Ramón, Germán, Germaín,
Rubén, Ramiro y Rosario.

Nieves, Domingo y Donato,
Miguel, Ángel, Conrado.
Nombres que nombraron mi vida,
nombres que hicieron mi historia:
Nicolás, Esteban y Mario y todo el abecedario.
Alienação de afeto...

Só mesmo as pessoas esquisitíssimas da outra banda do nosso continente para pensarem em algo tão inusitadamente ridículo quanto “alienação de afeto”... Uma vagaba qualquer adentra o seu território e ao invés de destilar o melhor de seu desprezo para o tal que se deixou embarcar na coisa toda e na fulaninha... você não só declara que o cara era “o melhor da sua vida”... como aciona legalmente a fulaninha para que ela venha a te ressarcir... afinal, ela “alienou” a razão do seu afeto!
Primeiro, tem coisa que não é “indenizável”... mesmo sendo o tipo de “grana fácil”... não repõe coisa alguma... não demanda satisfação garantida... a meu ver... não tem lógica! Ninguém perde o que nunca obteve... e essa nossa noção de pertencimento está cada dia mais ultrapassada...
Um amigo com noções bem adversas do que é necessário para se manter um relacionamento, me disse recentemente, que estamos vivenciando uma era virtual... onde os relacionamentos surgem e são mantidos de formas arbitrárias... então para quê tanto tradicionalismo... de mais a mais... minha brincadeira preferida nunca foi “casinha” mesmo...
Fico assustada com conhecidas que se anulam quando são traídas, largadas, substituídas... é claro que todos ficamos baqueados em situações assim... mas o maior erro não é o cometido pelo outro e sim por nós... por projetarmos tanto sobre alguém... e por mantermos pensamentos como “não sei o que faria sem...”! Depois de um tempinho de calma e reflexão, eu posso responder essa: Você vai continuar fazendo tudo como sempre fez... e talvez... eu disse talvez... até se surpreenda ao notar que pode fazer melhor!!!

domingo, fevereiro 08, 2009

Música... para aplacar a certeza de que às vezes, vivemos no inferno que criamos (ou com os seres infernais que libertamos!)...


Pandora - Cocteau Twins

Clarice Lispector... uma permanência... em qualquer época... acho que essa mulher era genial!
Do extinto...

21/12/2004 15:58

Pra não levar na cara... (Ou poderia ser..."Porque a realidade me é cara"... )
Estou num momento totalmente Cazuza hoje... ritmos e letras... e daí... isso fica martelando na minha cabeça... ao invés de cantar a música... tento cantar a minha versão... sabem aquela? Dia sim... dia não... eu vou sobrevivendo sem um arranhão... da caridade de quem me detesta... a sua piscina está cheia de ratos... suas idéias não correspondem aos fatos... o tempo não pára...

Eu não abdico em prol
De quem mantém descaso
Eu sempre evito o fluxo das águas
Pra não levar na cara
Buscando até manter
Uma posição arbitrária
Sem me permitir ser levada
Prefiro ser contrariada
Pra não levar na cara
Mas se você provar
Que eu estou enganada
Saiba que eu sempre analiso os fatos
Pra não levar na cara
Sigo assim, na contramão
E tudo vou aprendendo
Sem alienação
Isenta da futilidade
De quem quer me testar
A minha cabeça não está cheia de vácuos
Meus ideais e idéias não serão tão rasos
Porque a realidade me é cara
Eu vejo um assunto deixado de lado
Eu vejo a ascensão de tantas disparidades
E a realidade...jogada na minha cara
Na minha cara....não não não...na sua cara
Eu não sei porque insisto em comentar
Às vezes passo os dias somente a criticar
Procurando um ser pensante num milheiro
Das discussões à noite, eu prefiro esquecer
Dos professores de renome que não cumprem seu dever
E assim seremos despachados em cargueiros
Te cobram um filão, uma taxa, o seu dinheiro
Transformam as pessoas em aves num viveiro
Nos restringem para não sermos...mais inteiros...
Revisitando..

Em algumas ocasiões é bom reencontrar alguém de outras eras... e tais reencontros acabam fazendo com que você revisite, mesmo sem querer, situações e pensamentos que lhe ocorriam então...
Num dado momento de um desses reencontros, a conversa remeteu ao meu blog extinto... e me surpreendeu perceber, que ocasionalmente escritas aleatórias despertam mais do que “mera curiosidade leitora”... de que algumas pessoas acabam se projetando, positiva ou negativamente, em situações vivenciadas ou relatadas por terceiros...
O mais interessante, é que meu perfil crítico me transporta a comparações, revisito escritas antigas em busca de lembranças, de esclarecer dúvidas de senões e porquês que me levaram a escrever isso ou aquilo... não posso negar um certo estranhamento... de coisas que hoje não se justificam e cujas intenções passadas não me pareçam válidas!
Por outro lado,, não posso deixar de constatar, que mesmo me sentindo uma pessoa diferente em fases distintas da vida (eventualmente, até em intervalos inferiores a um ano), na realidade eu sou “essencialmente a mesma”!
Sigo fiel a certas preferências... coisas diferentes que me encantaram em algum instante, seguem encantando... minhas atuações se repetem involuntariamente... e coisas que deixei de buscar (ou até que deixaram de importar) retornam como um bumerangue cósmico...

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

O que se vê atualmente...



(Um campeão olímpico pode tudo!)

Quando eu via com olhos inocentes...

(Ice Castles (1979) - Trajetória de uma jovem patinadora (eu amo patinação no gelo) que fica cega.)

No negror da noite...

Parábola de Millôr Fernandes (que, segundo ele, enxerga longe e é "parabólico") sobre a cegueira...

Todo o país dos homens sem pupila
Banhando-se no sol desta matina
Sem pressentir perigos
E nem saber que fato, droga, sina,
Capricho da evolução,
Tinha lançado todos
Nesta escuridão.
Todos? Não. Vez por outra
Ainda nasce, no país,
Um monstro, um aleijado,
Que vê tudo em redor,
Como se via no passado.

Mas logo os pais, aflitos,
O levam a um atrologista
Que o devolve à normalidade
De viver sem vista.

Tem um porém, porém;
Nunca ficam totalmente bons,
Os desgraçados.
Quer dizer, nunca não-vêem de todo.
Pois sempre se referem, com emoção, (olhando na memória)
A luz, forma, textura, dimensão.

E os cegos de nascença,
Que sabem apenas palavras
Para definir distância e colorido (isto é, conhecem o ver, de ouvido)
Entram em excitação
E, numa disputa vã,
Contam que também viram
Algo como voando
Em incerta manhã.

Mas, ao falar de vidências,
Estão todos, os despupilados,
Apenas fingindo rebeldia
Com a faca no escuro
Tirando lascas do tronco da Utopia.
Basta olhar na mansidão opaca
Dos olhos remelentos
Dos poucos que já viram
Ou nos vítreos glóbulos vazios
Da grande maioria
Banhando-se de luz
Na escuridão do meio dia.
Campo visual...

De tempos em tempos, por uma questão congênita, tenho que verificar há quantas anda a minha visão periférica... talvez essa “preocupação constante”... faça com que eu a use mais do que a média... logo... enxergo pelas bordas...
Ao lado de casa, tem um terreno... sem moradia... e o dono aproveitou para cultivar elementos facilmente cultiváveis... vide ervas e verduras... e seria algo absolutamente normal, se não fosse por dois aspectos:
a) Os outros vizinhos recorrem constantemente à colheita e deixam um vigilante suspeito espreitando pelo meu portão...
b) O velho que é dono do terreno, sempre fica me encarando de maneira insana (na certa pensando que eu sou a ladra mor)...

Para resolver o primeiro quesito, eu passei a abrir o portão, encarar o vigilante e perguntar: Deseja algo? (Aparentemente basta!)
E no segundo caso, com o meu semblante mais angelical eu cumprimento o tiozinho... que não só não responde, como continua me encarando insanamente...

Daí eu pensei no óbvio... a visão “frontal” do vizinho eventual só pode ser prejudicada... ele também enxerga pelas bordas... daí passei a cumprimentá-lo várias vezes... entrada... saída... entrada... saída... de diferentes ângulos e ... nada mudou! Agora ele deve achar que:
a) Continuo sendo uma ladra descarada.
b) O governo não deveria deixar alguém tão insana trabalhar com crianças.

Voltando à questão do campo visual, no seriado Pushing Daisies (uma graça, para quem tem um pé na morbidez e em piadas com um toque de humor negro)... o diretor de arte ao filmar uma cena em que vem distanciando a imagem por cima... chama de... visão de Deus... ou olhar de Deus... algo assim...
Então esqueça todas as nomenclaturas do tipo frontal/lateral/diagonal que te fizeram decorar em geografia... de qualquer ângulo... é visão divina!