quarta-feira, setembro 22, 2010

Palavras de conforto...

Sabe o tipo de situação em que uma presença (de fato!) silenciosa é bem mais simples e deveria trazer mais conforto do que qualquer argumento que você tente articular? Todos lidamos com situações assim e ainda incorremos no erro de achar que existem palavras que possam aplacar os tormentos alheios...
Já mencionei aqui o lido não sei mais onde: "...e o ar ficou pesado de palavras não ditas...", tem hora que parece mais fácil fugir que enfrentar certos diálogos e outras em que nem uma possível fuga possa permitir que o deveria ficar guardado seja esquecido...
Tem gente do meu convívio diário que diz que eu deveria ter um sensor, pois atuo de costas para a porta e por mais centrada que eu seja, lanço cobras e lagartos de forma quase instintiva... sempre que tem certas pessoas passando pelo batente... é o tipo de situação que nos torna metafóricos... falamos tudo o que queremos... mas de forma cifrada... eu não atingiria a maestria do Chico, mas acho que daria conta de me safar em épocas de censura!
Mas não atinjo nenhuma escala positiva ao tentar expressar o quanto sinto por alguns fatos e vivências (mais alheias do que minhas)... e vivo de calças curtas em situações em que o esperado socialmente é que eu diga "rezarei por você"... eu posso usar o que há de melhor em mim para tentar emanar o que for de mais positivo em prol de alguém que eu goste, mas se eu disser que rezarei, vou estar mentindo!
Trabalho com um ser querido e um desses com quem raramente estabalecemos relação cognitiva... eu vejo - ela vê... eu penso - ela idem... às vezes nos olhamos só para constatar se o insight foi o mesmo... e outras vezes rimos de piadas silenciosas... se fosse algo corriqueiro todo mundo iria saber o que queremos dizer sem emitir sons... e certamente todas as relações afetivo-comunicacionais e tudo o que é esperado de nós e não cumprimos, seria mais fácil!
Ninguém pecaria... nem por excesso e nem por falta!

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