segunda-feira, setembro 20, 2010

Sonhos...

Mencionei os ditos aleatoriamente no meu recente (nem tanto... caramba o tempo voa!) post ínfimo... e comentei sobre sensações perdidas a olhos fechados  e ressignificadas a olhos abertos...
Eu não sonho com o efêmero... sonho apenas com o que tem chance de perdurar por algum tempo... ainda que o tempo presencial seja curto... certas coisas e pessoas sonhadas acabam usufruindo de mais tempo do que é do meu feitio dispor... meus sonhos voltam... e voltam... e voltam... ampliando os próprios contornos...
Eu não sonho com você mesmo que já tenhamos presenciado momentos e mesmo que eu já tenha tentado resgatá-lo nas minhas memórias perdidas... é com ele que eu sonho... ele, que assim que cruzarmos olhares eu saberei quem é... ele que por um toque há de resgatar o que já sinto... ele que já surgiu sem rosto, mas que posso reconhecer apenas pela voz... ele cada vez mais próximo e presente... ele que num sonho entre pares se fez incendiar para que eu lembrasse que era único (o único)... ele que jamais se referiria a mim subjetivamente... porque mesmo sem me conhecer, já me entende o bastante para entender que a mesma objetividade com que me lanço é a que espero que me direcionem... ele que me acolhe em sonhos quando tudo o que me vem subconscientemente são trevas... e peço licença a ele, para narrar um desses vislumbres escuros...
Água... na crendice materna remete a morte... depende se é parada ou corrente... se você estiver submerso ou não... se só observa ou se molha...
Sempre que a paisagem sai do aspecto normal... ela sente um mal estar súbito... já estivera naquele lugar antes... detida diante de um portão enferrujado... espreitando o que se movia nas sombras... a cada sonho um passo adentro... dessa vez estava na casa... tudo era de madeira... e não havia nenhum objeto... só superfícies... de repente ela entende que estava enterrada... não tinha como sair nem para onde ir... mas não via água... sem água há vida... e a água começa a jorrar... tudo bem... desde que não a atinja... começa a jorrar de todas as direções... quando atinge um certo nível, ela tenta ver o próprio reflexo... quer perceber que idade tinha... nenhum reflexo... mas olha para o pulso... para um relógio que jamais usara... e cujos dígitos imprimem 17+31... a cada pergunta a mesma numeração fixa... então ela entende... tem que estar com ele antes de e/ou até os 48...
Falta pouco... muito pouco...

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