segunda-feira, setembro 20, 2010

Eu não me importo de ser velha...

O título faz parte de palavras mencionadas no filme "Anjos da Vida"... Já tinham recomendado esse filme que eu fui protelando pela composição Costner + Kutcher + Salvamentos = pura embromação... mas expeli um pouco de água, num filme que é todo aquático (Costner já se meteu em filmes piores com a temática aquática)... e como só consigo ativar as minhas glândulas lacrimais dessa forma, não foi um desperdício total... e ainda pesquei uma citação de uma tia (a tia não é nada clichê, por isso a citação, para mim, não foi) de lá para jogar por aqui:

 Eu não me importo de ser velha...

Se meus músculos doem, é porque os usei...
Se é difícil para mim subir as escadas agora, é porque as subi todas as noites para dormir com quem me amava...
Tenho umas rugas aqui e ali, mas já estive sob milhares de céus ensolarados...
Minha aparência é esta, bem, porque bebi e fumei, vivi e amei... dancei, cantei, suei e transei o quanto pude nesta vida maravilhosa... se quer saber...
Não é ruim envelhecer...
Envelhecer é um prêmio.

 Bonitinho, né? Mas não quero ser hipócrita... eu só fumei uns quatro dias na minha fase de experiência... não gosto de fumo, de gênero nenhum... simplesmente odeio céus ensolarados... aliás... odeio calor mais do que gente chata e olha que eu odeio verdadeiramente gente chata... tenho vergonha de dançar na frente dos outros, minhas terminações nervosas acionam travas...  acrescentaria alguns verbos e sei que o acréscimo e variação ainda farão com que minha aparência piore muito... até porque tenho menos senso de vaidade do que o padrão aceitável (tenho tentado disfarçar essa falha)... quando eu morava em sobrado, subia as escadas para contemplar o céu e era contemplada por um vizinho autenticamente punk de SP... não entendia o afeto dele na época... e quando passei a entender, um outro vício já tinha consumido quem ele costumava ser... mas fui amada por outros e ainda tenho tempo de me permitir ser por pelo menos mais um (preciso querer isso primeiro)... não tenho muitas rugas, mas meus fios brancos insistem em aparecer e tenho alguns atributos odiados e não mencionados pela maioria das mulheres... quando meus músculos doem é por conta do meu "Mal de Parkinson" não diagnosticado (guarde o nome do exame, é eletromiografia)... eu não seria tão sintética na narrativa prol vantagens do envelhecimento... mas acho que o roteirista tinha que dar espaço para os jovens que nos sucedem (o filme retrata isso - não importa o quão bom você seja - ninguém é insubstituível)...
De qualquer forma... eu não acho ruim envelhecer... não sei se prêmio é o melhor termo... mas é o que me permite alcançar a  porta de saída... minha meta sempre foi não passar (naturalmente) dos 60... mas se a data de corte for mesmo 48... que seja!

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