sábado, janeiro 16, 2010

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07/10/2004 20:45


SONETO DE SEPARAÇÃO (Vinicius de Moraes)

De repente do riso fez-se pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Não é um soneto...mas retrata a minha libertação! (Maligna)


De repente ao afirmar que queria
Já nem sabia o que pretendia
Desde que te avistei naquele dia
Meus pensamentos estão à revelia.

De repente reafirmar o meu drama
Ao obter confirmação que me ama
E desde que te tirei da minha cama
Nossa relação permanece amálgama.

De repente preciso correr mais riscos
De apagar todos os seus rabiscos
Jogar fora seus melhores discos
Esquecer dos costumeiros fiscos.

De repente, não mais que de repente
Fez-se do desconhecido algo alucinante
Fez-se da vida um momento delirante

Fez-se de mim a melhor amante
Fez-se de ti um ser descontente
Fez-se do não... algo permanente.
(enviada por Maligna)

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