terça-feira, agosto 04, 2009

Permanências...

Já fui o tipo de pessoa que saía de casa com uma máquina fotográfica a tiracolo, que registrava muito mais paisagens que pessoas, sempre evitando que ao reter rostos eu tivesse que favorecer alguma reciprocidade...
Também já fui do tipo que ao emprestar algo para alguém, confiava plenamente no conceito "vai e volta"... foi assim que a minha segunda máquina foi e nunca mais voltou...
Já condicionei o meu tempo aos meus relógios de pulso... até excluí-los com marcas e até não restar marca alguma... e ainda assim "o tempo não pára"... (acho que esse acento caiu, assim como muitos dos meus hábitos!)
Por um certo período eu simulei uma vaidade e uma sociabilidade totalmente forçadas que serviram a meus intentos... talvez eu deva estabelecer os novos...
Por um período dosado eu acreditei que amor era algo incondicional, e que não importava se você o recebia ou o doava em porções discrepantes...
Acreditei que minha memória iria reter tudo o que fosse significante e que bastaria uma visita ao meu arquivo mental para que o que fosse estivesse à minha disposição...
Acreditei que não importava tudo o que fosse terminantemente horrível, desde que a vista de um campo sob a chuva ou uma visita a algum museu me inundasse de beleza...
No passado eu aceitava e respeitava bem mais, quaisquer argumentos alheios, mesmo os que eu já previa como ilógicos...
Fazia a manutenção das minhas amizades com muito mais afinco (não pude evitar o termo que me persegue!)...
Não dormia quase nada e não sentia falta... talvez de sonhos e pesadelos... e até eles eram bem mais complexos que os atuais...
Qual o motivo do desafabo temporal?
Quem disse que preciso de motivos!?
Além do fato de eu ter ficado p... por lembrar o nome de uma obra cuja imagem eu queria, e pela primeira vez na vida, a internet ter frustrado a minha pesquisa... Em 1900 e bolinha a obra estava na Pinacoteca (na verdade, uma instalação!), e na minha última visita, não estava mais... assim como o nome.. virou "Fumaça" e sumiu... e mesmo o acervo sendo passível de pesquisas... quem disse que eu lembro o nome do distinto que a idealizou...
Num episódio de Friends, a Rachel define o tempo em 3 possibilidades:
O outrora
O colonial
O agora
Acho que a idade descomplica muito... mas por outro lado...

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