sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Interações... minhas e da Clarice!

Dia desses li uma das muitas inscrições que mencionam a Clarice (Lispector, posso usar o primeiro nome, venho estabelecendo uma intimidade forçada com a pessoa que ela foi...) e a questão era "Felicidade"... eu subentendi que era algo do tipo: "Buscamos a felicidade para quê... faremos o quê quando encontrá-la?"... Na obra dela, tem momentos em que a felicidade se faz abertamente presente... totalmente ausente... claramente desnecessária... há blogs e blogs e artigos e artigos buscando desvendar o estado de espírito de uma mulher que, na minha opinião, teve mais "espírito" que qualquer um de nós...
Agora que conto com a opção de livre escolha  e pensamento... penso em adquirir (joguei o anterior "pela janela") um novo volume da "Hora da Estrela" (para tentar fazer justiça das partes com o todo) e reler com olhos de Cris... não com olhos de Leda (a maldita!)!
Palavras (consistentes) dela (Clarice... eu jamais citaria a Leda!): "O que não sei dizer é mais importante do que eu digo."
Além da felicidade, um outro termo que a inquietava era a "Compreensão"... uma das citações (dela) mais usadas (desonestamente) por terceiros é: "Que depois que aprendi a pensar por mim, nunca mais pensei igual aos outros"... tem muita gente obtusa por aí, se iludindo sobre "pensar por si"... Dia sim, dia não... eu me surpreendo em ver como coisas elementares parecem tarefas inatingíveis... não sei se por falta de ouvido ou de cérebro... as pessoas sentem dificuldade em dar respostas conclusivas...
Quer um exemplo patético (e recorrente)? Posso dar: "Bom dia, aqui é a fulana do setor tal, vocês têm tal pessoa (citando e repetindo o nome completo da distinta) no quadro de funcionários?
- Temos não!
- Tem certeza (repetindo o nome)?
- "Xô pensar"... Ah... temos sim... eu "si enganei"...
- Você pode verificar no prontuário dela a informação x?
- Ih... tá meio complicado aqui (dentro da minha cabeça!), "cê" liga depois?
- Ligo sim (combinando um prazo)...
- Quando finalmente você consegue contactar novamente o "agente telefônico"... a informação que ele tem para dar é a y... não a x!
Também tem a pessoa que acredita pensar por si, mas tem o perfil "papagaio louro do bico dourado..." TODAS as conclusões da pessoa consistem em repetir exatamente o que foi dito por terceiros como se ela tivesse pensado antes e se atrasado em compartilhar...
E (essas, dentre tant/) as descobertas incrédulas que eu registro nas minhas interações "humanas"... me reportam a uma outra citação da mesma autora:
"Às vezes me dá enjoo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E só."

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