segunda-feira, novembro 02, 2009

O filme é melhor...

... porque é "levemente" baseado no conto...

Recortes omeletescos:

O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, 2008) é a mais nova tentativa do diretor David Fincher de "sair da sua própria sombra e não fazer a mesma porcaria de novo".
E não poderia ser mais bem-sucedida e distinta de toda a sua brilhante cinematografia. Trata-se de uma fábula, levemente baseada no conto de F. Scott Fitzgerald (1896-1940), escrito em 1922, sobre um sujeito "nascido em circunstâncias incomuns". Benjamin Button nasce velho, às portas da morte e doente. No entanto, do lado oposto da citada "porta"... afinal, a cada minuto ele rejuvenesce, numa dramática inversão do ciclo da vida.
No início o filme assombra pelos efeitos. É inacreditável ver o bebê/velho, abandonado na escada de um asilo, com o rosto enrugado de Brad Pitt. Leva algum tempo para que essa sensação de estranheza se dissipe, mas o ritmo pacato e centrado do primeiro ato é focado nesse sentido. Conforme Benjamin torna-se capaz de sentar-se, começa a balbuciar suas primeiras palavras, levanta-se com o auxílio de muletas, vamos nos acostumando com o corpo senil do astro de Hollywood, criado através de computação gráfica e efeitos práticos de maquiagem. Enfim, quando Benjamin está pronto para explorar o mundo lá fora estamos mais que prontos a acompanhá-lo.
Nesse ponto, O Curioso Caso deveria mudar seu título para O Fascinante Caso... antes de tornar-se O Poético Caso de Benjamin Button. Sim, pois a premissa estranha dá lugar a uma meditação sobre a mortalidade, a passagem do tempo (e dos tempos) e o amor, em uma bem amarrada sucessão de eventos históricos vividos pelo protagonista.
Citação do filme:
A gente pode ficar furioso com o rumo dos acontecimentos...
A gente pode xingar, pode amaldiçoar o destino...
Mas quando chega o fim, a gente tem que aceitar.

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