Estava fuçando no Google sobre trechos compartilhados da Clarice Lispector... e encontrei, dentre muitos, esse que acabei de postar... teve uma época em que ler poesia era um prazer, e não sei exatamente quando, talvez quando eu me dei conta de que não sei ao certo o que dizer quando tudo parece já ter sido dito... mas em algum momento deixou de ser mero prazer para se tornar lição de casa... parece que sempre traz um questionamento, uma pergunta suspensa, que seja algo que você não possa apenas admirar, mas tenha que dar um pouco de si, pelo mero infortúnio de ter lido... de ter cruzado seu olhar com as palavras redigidas por alguém... a sistemática “base de trocas”... eu quero algo de você... você quer algo de mim...
E falando em trajetórias escritas... dizer o que não foi dito... infortúnios... até outro dia, Carla Bruni , para mim, era apenas uma ex-modelo, nova primeira-dama, possível cantora... mas ao ver uma entrevista com ela, eu diria que ela é “a Clarice da vez”... centrada e com bom senso, muita noção de quem é e do que pretende, ela leva a sério o papel que desempenha, mas não perde o foco em relação ao que quer para si... depois de...
Não parece preocupada em camuflar suas incertezas e esconder os seus fantasmas... Ela escreve com a mesma veracidade e ferocidade da Clarice, e isso não se perde na melodia... pelo contrário, se justifica...
Eu não acredito muito em terapias, mas ela diz que é algo que todos deveriam fazer... não esperando que as coisas se resolvem... mas para parar de culpar agentes externos... eu sou fruto das minhas ações... eu carrego os meus próprios problemas... algo assim...
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